Desde 1911 a coletividade musical que teve o nome de “BANDA DE MÚSICA DE VALE DE CAMBRA” foi fundada  com o nome de Sociedade Recreativa Beneficente. Foram seus fundadores os senhores: Francisco Tavares de Almeida, Manuel Luís de Almeida, António Henriques de Almeida, José Moreira, Manuel Borgia, Domingos Tavares de Almeida (da Russa), António de Almeida Caniço, Joaquim de Almeida, José Lameira e outros.

Os indivíduos acima citados eram executantes da Banda de Macieira de Cambra, denominada “Lira Cambrense”, que devido a uma mudança da casa de ensaios da Banda de Macieira, inicialmente na Varziela e depois transferida para a praça de Macieira, por detrás da Igreja e, suscitados por adeptos da Gandra, lançaram a ideia da fundação de uma banda de música na Gandra. Da ideia para a concretização foi obra de momento. Deste modo abeiraram-se dos senhores Camilo Tavares de Matos, Padre Joaquim Manuel Tavares, Joaquim Henriques Tavares de Bastos, Abílio Pina, Manuel de Almeida Martins e outros.

A iniciativa foi bem acolhida e passados poucos dias chegava à Gandra, hoje Vale de Cambra, o instrumental para a nova banda.

De início a banda não tinha qualquer direção, havia apenas uma pessoa encarregada de pagar mensalmente ao regente. Quem primeiro disso ficou encarregado foi Manuel Tavares de Pinho, do Pinheiro Manso. Seguiu-se-lhe o Dr. Domingos de Almeida Brandão, depois o Padre Manuel de Almeida Oliveira.

Ao falar do Padre Manuel de Almeida Oliveira não se pode deixar de lhe prestar a devida homenagem, afirmando bem alto, que ele foi o maior amigo, o maior benemérito e maior impulsionador da Banda de Vale de Cambra. Quando alquebrado, receando que a banda que tanto estimava e por quem tantos sacrifícios fazia viesse a sofrer qualquer baixa no seu nível artístico, convidou um grupo de indivíduos para constituírem uma direção que outro fim não tinha senão o de a auxiliar. Essa primeira direção era constituída por: Padre Manuel de Almeida Oliveira, Dr. Armindo Ferreira de Matos, Delmiro Henriques de Almeida, Américo de Almeida Freitas e Evaristo de Almeida.

O Padre Manuel de Oliveira, como membro da direção, era também seu diretor eclesiástico. Quando faleceu, e porque o Bispo do Porto exigia que a banda tivesse diretor eclesiástico, foi escolhido o Padre Joaquim de Oliveira Maurício para ocupar o seu lugar.

Quando a Lira Cambrense acabou em 1956, muitos músicos enfileiraram na Banda de Vale de Cambra.

À sua frente têm estado por longos anos maestros de reputação como João da Costa Baltazar, chefe aposentado da PSP do Porto (desde fins de 1956), Sargento-Ajudante António Fernandes (12 anos), Capitão Cunha (9 anos), Capitão Biscaia (5 anos), o Sargento da G. N. R. Arnaldo de Almeida Vasconcelos (17 anos), Chefe Gomes, Sargento Gonçalves, António Costa Soares, Sargento Fernando, Sargento Borges, Sargento Silva, Sargento Fonseca, Sr. Armindo, Sargento Júlio Moreira, novamente o Sargento Fonseca, Prof. Paulo Margaça, Prof. Gil Magalhães, o Prof. Carlos Ferreira, o Sargento Valdemar Sequeira e atualmente o compositor Nelson Jesus. 

As individualidades que têm feito parte da direção e as que atualmente desempenham essa missão, não se têm poupado a esforços para manter o elevado nível artístico da banda, colocando-a assim no plano das melhores do país, sendo de realçar a ação notável do já falecido Sr. António de Almeida, grande industrial. É de salientar que nos concursos em que tem participado a sua classificação tem sido das primeiras, destacando-se o 1º lugar obtido num concurso realizado para comemorar o 25º Aniversário da F. N. A. T., os 2º lugares obtidos no concurso de bandas civis, realizado a nível nacional pelo Programa da RTP Sol de Verão e no concurso televisivo Filarmónicas Portuguesas.

Os seus estatutos foram aprovados e publicados no Diário da República III Série, Nº 217, 19 de julho de 1979 e a 1ª Assembleia Geral realizou-se a 17 de janeiro de 1989.

Obteve estatuto de Utilidade Pública no dia 1 de agosto de 1991.